Achei essa notícia sobre maus tratos dos escravos de Joaquim Alves Fagundes Sobrinho, no jornal Pacotilha de 13 de dezembro de 1887. Lembro que Joaquim era casado com Lucinda Maria de Jesus, filha de Francisco da Motta Paes e Anna Victoria de Mendonça, citada no livro "O sertão da Pedra Branca" de Luiz Barcellos de Toledo. Penso que essa reportagem é ilustrativa do trecho:
"Outras vezes castigando com pancadas as escravas, se estas
desesperadas com o sofrimento procurasse com a fuga cessar o padecer,
ela que era uma mulher viril, imediatamente soltava dois ou mais cães
de fila que mantinha presos em correntes, e as escravas eram
dilaceradas pelos cachorros até que fossem amarradas novamente.
Diziam que mais de uma escrava assim perdeu a vida."
"O socialista, folha que se publica na cidade do Paraiso (Minas) dá a seguinte notícia:
"Na fazenda do sr. Joaquim Alves Fagundes Sobrinho, conforme a denúncia que recebeu o sr. Tobias Patricio Machado, digno delegado de polícia, uma infeliz escrava foi barbaramente castigada, e quando entre dores e gemidos, procurava os bosques para ahi exhalar o ultimo suspiro, eis que lhes estugam ferozes cães!!!
A infeliz, já sem forças e coberta de sevicias, não oppoz resitência e pouco aturou com vida.
O honrado delegado de polícia, acompanhado de uma força, seguiu para a freguesia de S. João Baptista das Cachoeiras, onde foi enterrado o cadáver a pobre martyr, e prosegue nas diligencias legaes".
Quanto mais pesquiso, mais percebo que genealogia tem menos a ver com orgulho e mais com realidade. É cada vez mais difícil não ter sentimentos anacrônicos.
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